As vias biliares são canais que transportam a bile, um fluido digestivo essencial produzido pelo fígado. O câncer de via biliar ocorre quando células malignas se desenvolvem nos ductos biliares, podendo comprometer o funcionamento do fígado e outros sistemas digestivos. É mais comum em pessoas acima de 50 anos e está associado a fatores como inflamações crônicas, doenças hepáticas e infecções parasitárias.

O que é o câncer de via biliar?

O câncer de via biliar, conhecido como colangiocarcinoma, pode ser classificado em intra-hepático (dentro do fígado), perihilar (na junção dos ductos hepáticos) ou distal (próximo ao intestino delgado). Embora seja raro, sua evolução silenciosa e agressiva torna o diagnóstico precoce desafiador.

Como detectar?

A detecção precoce do câncer de via biliar é complicada devido à ausência de sintomas específicos nos estágios iniciais. Exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM), são fundamentais para identificar alterações nas vias biliares. Testes de sangue para marcadores tumorais, como CA 19-9, também podem ajudar no diagnóstico. Em alguns casos, procedimentos invasivos, como colangiografia ou biópsia, são necessários para confirmar a presença de células malignas.

Principais sintomas:

• Icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) causada pela obstrução do fluxo biliar.

• Coceira intensa (prurido) devido ao acúmulo de bile no sangue.

• Dor abdominal, especialmente no quadrante superior direito.

• Perda de apetite e perda de peso inexplicada.

• Urina escura e fezes claras.

• Febre e fadiga.

Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças hepáticas ou biliares, ressaltando a importância de avaliação médica detalhada.

Tratamentos disponíveis:

O tratamento do câncer de via biliar depende do estágio e da localização do tumor. As opções incluem:

• Cirurgia: A remoção cirúrgica do tumor é a melhor chance de cura, especialmente em estágios iniciais. Isso pode envolver a remoção de parte do fígado ou das vias biliares afetadas.

• Quimioterapia: Indicada para reduzir o tamanho do tumor, melhorar os sintomas ou tratar metástases. Fármacos como gemcitabina e cisplatina são frequentemente utilizados.

• Radioterapia: Utilizada para aliviar sintomas em casos avançados ou como terapia complementar após a cirurgia.

• Terapias direcionadas e imunoterapia: Tratamentos mais recentes, como inibidores de FGFR2 e IDH1, estão sendo estudados para casos específicos de colangiocarcinoma.

• Cuidados paliativos: Para pacientes em estágios avançados, o foco está em melhorar a qualidade de vida e aliviar sintomas.

Conclusão:

Embora o câncer de via biliar seja uma condição rara e de difícil detecção precoce, avanços nas técnicas diagnósticas e terapêuticas oferecem melhores perspectivas aos pacientes. A conscientização sobre sintomas e fatores de risco é essencial para aumentar as chances de um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz.